O desenvolvimento cognitivo da criança é um processo longo, contínuo e extremamente complexo, que exige que as famílias estejam atentas ao seu crescimento e à evolução das atividades e desafios propostos. Estimular as várias áreas do cérebro reflete-se numa escala de etapas graduais que vão sendo introduzidas à medida que a criança cresce e que já consegue superar e dominar os desafios que lhes são colocados.
O pensamento lógico-matemático, a par de outras importantes competências, é uma das áreas fulcrais do desenvolvimento infantil. O conhecido psicólogo Jean Piaget deixou na sua obra a identificação das várias etapas do desenvolvimento, referindo que que no estádio pré-operatório, que se enquadra entre os 2 e os 7 anos, as crianças já têm a capacidade de utilizar linguagem simbólica (recetiva ou expressiva) e começam a ser capazes de julgar a forma, o tamanho e as relações a partir de experiências e não de raciocínios. Desta forma, estes são os primeiros passos do que virá a ser um pensamento lógico-matemático e que utiliza os conceitos como o “mais”, “menos” ou “metade”. Posteriormente, no estádio que se segue (estádio das operações concretas) e se prolonga dos 7 aos 12 anos, as crianças começam a ser capazes de pensar de forma lógica a partir de materiais e situações concretas, iniciando a aprendizagem do cálculo e do conceito de número (Cruz, 2014).
Deste modo, desafiar as crianças a realizarem atividades que estimulam o pensamento lógico e permitem que se comecem a interiorizar conceitos abstratos, como o caso do tempo, é essencial para o seu desenvolvimento, respeitando sempre o ritmo de aprendizagem e evolução de cada criança.
Iniciar a noção de tempo, de rotina, de atividades, o antes, o depois, o mais tarde, o mais cedo ajuda no desenvolvimento do pensamento lógico, tão essencial ao futuro deles e da sociedade em geral.
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